08/04/2009 - Folha Online:
"TV digital no celular vai explodir, aposta Globo"
Explodir? Prefiro ficar com meu Nokia velho, então. Não gosto de explosões.
quarta-feira, abril 08, 2009
Vale a pena ouvir
Dica de música.
Conheci meio sem querer, mas com a impressão de que já havia escutado aquilo. Talvez em algum comercial na TV.
"Got No Place To Go" - Gabriella Cilmi.
A moça é bonita, australiana e tem uma voz entre Anastacia e Amy Winehouse. É jovem, descolada, a música tem um quê de folk, soul e sei lá o quê. Vale a pena ouvir, de verdade.
Essa música já tocou em algum lugar, só não me lembro onde. Bem melódica, alegre, com um refrão daqueles que gruda e faz a gente cantar como se os vizinhos não existissem.
Difícil de enjoar.
É a dica da vez. As outras músicas também valem.
Conheci meio sem querer, mas com a impressão de que já havia escutado aquilo. Talvez em algum comercial na TV.
"Got No Place To Go" - Gabriella Cilmi.
A moça é bonita, australiana e tem uma voz entre Anastacia e Amy Winehouse. É jovem, descolada, a música tem um quê de folk, soul e sei lá o quê. Vale a pena ouvir, de verdade.
Essa música já tocou em algum lugar, só não me lembro onde. Bem melódica, alegre, com um refrão daqueles que gruda e faz a gente cantar como se os vizinhos não existissem.
Difícil de enjoar.
É a dica da vez. As outras músicas também valem.
quinta-feira, abril 02, 2009
Pérolas do Turismo
Trabalhando no turismo ouve-se muita coisa engraçada de passageiro. A seguir, algumas pérolas que aconteceram comigo ou conhecidos (e o que eu gostaria de ter falado):
- "Alô? É do Greensystem? Tudo bem? Eu gostaria de saber qual a cotação hoje do Euro Irlandês."
O Irlandês eu não sei, mas o GREGO tá 3,25.
(Eu, mostrando no mapa) - "Então aqui fica Vancouver, na costa oeste do Canadá..."
- "Nossa! Eu achava que era o contrário, que o Estados Unidos ficava em cima do Canadá! Não sabia que era assim..."
Oi? Te dou um atlas da 4a série?
- "Alô? É do GreenSAISTEN?"
É do GreenSYSTEM, serve?
- "Eu queria estudar inglês nos EUA."
- "Claro, você tem visto americano?"
- "Ah... ultimamente não tenho visto muitos não..."
Sem comentários.
- "Alô? É do Greensystem? Tudo bem? Eu gostaria de saber qual a cotação hoje do Euro Irlandês."
O Irlandês eu não sei, mas o GREGO tá 3,25.
(Eu, mostrando no mapa) - "Então aqui fica Vancouver, na costa oeste do Canadá..."
- "Nossa! Eu achava que era o contrário, que o Estados Unidos ficava em cima do Canadá! Não sabia que era assim..."
Oi? Te dou um atlas da 4a série?
- "Alô? É do GreenSAISTEN?"
É do GreenSYSTEM, serve?
- "Eu queria estudar inglês nos EUA."
- "Claro, você tem visto americano?"
- "Ah... ultimamente não tenho visto muitos não..."
Sem comentários.
quarta-feira, abril 01, 2009
Vale a pena assistir
Vou começar a dar dicas de filmes, bandas e outras coisinhas para quem costuma frequentar esse blog.
A dica de hoje é de um filme, um dos meus favoritos. É um filme simples, com situações irreais, meloso, mas toca qualquer um tão sultimente que vale a pena:
Simplesmente Amor - Love Actually (2003)
Uma daquelas comédias românticas inglesas que qualquer um gosta. Do criador de Notting Hill e Quatro Casamentos e Um Funeral.
O elenco é estrelado: Hugh Grant (Notting Hill), Liam Neeson (Star Wars), Colin Firth (Bridget Jones), Laura Linney (Show de Truman), Emma Thompson (Harry Potter), Alan Rickman (Harry Potter), Keira Knightley (Piratas do Caribe), Rowan Atkinson (O Mr. Bean) e Rodrigo Santoro.
São pequenas histórias que se ligam através de personagens: o protagonista de uma história é irmão de uma mulher, que por sua vez é casada com um homem que é chefe de uma moça que tem um amigo que é apaixonado com a mulher do melhor amigo. Deu pra entender?
Bom, cada história mostra uma forma de amor específica. Marido e mulher, padrastro e enteado, primeiro-ministro e secretária, cantor decadente e empresário, amigo e amigo, amigo e mulher do amigo, colegas de trabalho (seja em um escritório, seja em um filme pornô), homem traído e sua nova empregada e por aí vai.
As histórias se passam todas em Londres (com exceção de 2) na época do Natal, o que contribui para a choradeira dos mais sensíveis. A trilha sonora também ajuda no sucesso do filme, que tem Dido, Maroon 5, Beatles, Norah Jones e a música mais bonita do mundo segundo Paul McCartney: "God Only Knows" dos Beach Boys.
É um filme pra assistir sozinho, com família, com namorada, com amigo, com namorada do amigo, com patrão ou com o cachorro.
Simplesmente um daqueles filmes que eu já decorei as falas, mas não me canso de assistir.
A dica de hoje é de um filme, um dos meus favoritos. É um filme simples, com situações irreais, meloso, mas toca qualquer um tão sultimente que vale a pena:
Simplesmente Amor - Love Actually (2003)
Uma daquelas comédias românticas inglesas que qualquer um gosta. Do criador de Notting Hill e Quatro Casamentos e Um Funeral.
O elenco é estrelado: Hugh Grant (Notting Hill), Liam Neeson (Star Wars), Colin Firth (Bridget Jones), Laura Linney (Show de Truman), Emma Thompson (Harry Potter), Alan Rickman (Harry Potter), Keira Knightley (Piratas do Caribe), Rowan Atkinson (O Mr. Bean) e Rodrigo Santoro.
São pequenas histórias que se ligam através de personagens: o protagonista de uma história é irmão de uma mulher, que por sua vez é casada com um homem que é chefe de uma moça que tem um amigo que é apaixonado com a mulher do melhor amigo. Deu pra entender?
Bom, cada história mostra uma forma de amor específica. Marido e mulher, padrastro e enteado, primeiro-ministro e secretária, cantor decadente e empresário, amigo e amigo, amigo e mulher do amigo, colegas de trabalho (seja em um escritório, seja em um filme pornô), homem traído e sua nova empregada e por aí vai.
As histórias se passam todas em Londres (com exceção de 2) na época do Natal, o que contribui para a choradeira dos mais sensíveis. A trilha sonora também ajuda no sucesso do filme, que tem Dido, Maroon 5, Beatles, Norah Jones e a música mais bonita do mundo segundo Paul McCartney: "God Only Knows" dos Beach Boys.
É um filme pra assistir sozinho, com família, com namorada, com amigo, com namorada do amigo, com patrão ou com o cachorro.
Simplesmente um daqueles filmes que eu já decorei as falas, mas não me canso de assistir.
Bon Marché
Acho que a maioria dos que não lêem esse blog sabem que uma das fases mais marcantes da minha vida foi a época que vivi em Paris, com 13 anos de idade.
Para os que não sabem, essa época foi realmente um divisor de águas na minha vida, onde vivia com a metade da família em uma cidade grande, louca, e fenomenal ao mesmo tempo. Não sabia quando retornaria ao Brasil e cada dia era uma nova descoberta.
Na minha leitura diária do excelente blog Conexão Paris, me deparei com um post que me fez lembrar muita coisa boa (quase tudo o que é escrito no Conexão me lembra coisa boa, mas esse foi especial). O post lista as principais feiras e mercados de rua de Paris. Tenho uma relação íntima com um deles, o Marché du Raspail.
No início do inverno do ano 2000, um amigo brasileiro nosso que também vivia por lá pediu um favor que aqui no Brasil poderia soar bastante estranho: substituí-lo como vendedor de jornal em uma feira de produtos orgânicos (Bio, como eles falam) por uns meses, enquanto ele viajava.
Enquanto em terras tupiniquins isso é visto com bastante preconceito, no velho mundo isso é uma atividade comum que a classe média pode passar. E te digo: é possível viver assim.
Por alguns meses, todo domingo, eu, meu pai e minha irmã acordávamos bem cedo, íamos até a praça da Bolsa de Paris, pegávamos os exemplares do Journal du Dimanche e íamos pro Marché du Raspail vender. Ficávamos em pé, entre as mesmas barraquinhas sempre, de 9h às 15h (ou até acabar os jornais). Vocês não tem idéia da experiência que isso foi.
Não me lembrava qual era o endereço nem a localização certa deste mercado. Era só uma lembrança na memória. Mas o Conexão Paris me deu as coordenadas, e lá fui eu no Google Maps me esbaldar com o Street View. E não é que a foto do Street View, na altura de onde fica a feira, foi tirada exatamente em um dia de feira? Está tudo lá: as mesmas barraquinhas, os mesmos canteiros (porque eles sairiam de lá, não é mesmo?), o café dos portugueses na esquina e o pequeno jardim. O lugar exato de onde vendíamos, com uma mesinha ao lado pra colocar as moedas de franco está aqui:
Exibir mapa ampliado
Errata: Fazendo os meus cálculos, eu não ficava exatamente aí. Não me lembro dessa árvore e minha área era um pouco mais larga. O caminhão está tampando a passagem onde vendíamos os jornais. Enfim, continua sendo aí o que era a minha alegria dos domingos.
Quando cansava, sentava no café da esquina. Tomava um chocolate quente e ouvia os imigrantes portugueses discutirem sobre a última rodada do futebol europeu. Todos bigodudos.
Mas o melhor dessa história toda era as amizades que ali fizemos. Amigos de feira, obviamente. Trocávamos Jornais pelos produtos das barracas (quando os proprietários aceitavam) e tinha domingo que voltávamos para casa com a feira toda feita.
Tinha feirante que trocava jornal por um quiche de queijo, outro trocava por torta de chocolate, outro por frutas e legumes e tinha o americano hippie que trocava por Muffins (receita própria e secreta, segundo ele). Ainda lembro do cheiro da torta de cebola na chapa, dos legumes frescos e das geléias de morango.
Esse blog está meio largado, mas a minha vontade de compartilhar isso com alguém foi muito grande.
Ontem mesmo mandei um e-mail para o meu pai, avisando sobre a descoberta:
"Pai, vê se você reconhece esse lugar no Street View do Google Maps.
Uma dica:
um jornal por um quiche."
Ele obviamente conferiu e me respondeu:
"Putz, que saudade!
Um jornal por um monte de coisa: chocolate quente, pão, frutas
putz, como existem experiências extraordinárias que dinheiro nenhum
pode comprar...
Nunca imaginei que poderia morrer de vontade de ter que acordar domingo,
às seis da manhã, um frio brutal e ter que ficar de pé naquela feira.
Tudo era legal, inclusive as moedinhas sendo trocadas pelos jornais.
Grandes momentos... estão vivos na memória.
Certamente logo vamos voltar lá para tomar uma taça de vinho
naquele bar da esquina e comprar aqueles produtos maravilhosos.
Se tiver alguém vendendo jornal vou comprar 10, e distribuir entre os
amigos.
Valeu."
O Marché du Raspail será uma parada obrigatória quando puder voltar à Paris. Espero encontrar o mesmo americano louco, os franceses da torta de cebola, os mesmo portugueses preguiçosos e quem sabe, alguém ocupando o posto que (orgulhosamente) já foi meu.
Para os que não sabem, essa época foi realmente um divisor de águas na minha vida, onde vivia com a metade da família em uma cidade grande, louca, e fenomenal ao mesmo tempo. Não sabia quando retornaria ao Brasil e cada dia era uma nova descoberta.
Na minha leitura diária do excelente blog Conexão Paris, me deparei com um post que me fez lembrar muita coisa boa (quase tudo o que é escrito no Conexão me lembra coisa boa, mas esse foi especial). O post lista as principais feiras e mercados de rua de Paris. Tenho uma relação íntima com um deles, o Marché du Raspail.
No início do inverno do ano 2000, um amigo brasileiro nosso que também vivia por lá pediu um favor que aqui no Brasil poderia soar bastante estranho: substituí-lo como vendedor de jornal em uma feira de produtos orgânicos (Bio, como eles falam) por uns meses, enquanto ele viajava.
Enquanto em terras tupiniquins isso é visto com bastante preconceito, no velho mundo isso é uma atividade comum que a classe média pode passar. E te digo: é possível viver assim.
Por alguns meses, todo domingo, eu, meu pai e minha irmã acordávamos bem cedo, íamos até a praça da Bolsa de Paris, pegávamos os exemplares do Journal du Dimanche e íamos pro Marché du Raspail vender. Ficávamos em pé, entre as mesmas barraquinhas sempre, de 9h às 15h (ou até acabar os jornais). Vocês não tem idéia da experiência que isso foi.
Não me lembrava qual era o endereço nem a localização certa deste mercado. Era só uma lembrança na memória. Mas o Conexão Paris me deu as coordenadas, e lá fui eu no Google Maps me esbaldar com o Street View. E não é que a foto do Street View, na altura de onde fica a feira, foi tirada exatamente em um dia de feira? Está tudo lá: as mesmas barraquinhas, os mesmos canteiros (porque eles sairiam de lá, não é mesmo?), o café dos portugueses na esquina e o pequeno jardim. O lugar exato de onde vendíamos, com uma mesinha ao lado pra colocar as moedas de franco está aqui:
Exibir mapa ampliado
Errata: Fazendo os meus cálculos, eu não ficava exatamente aí. Não me lembro dessa árvore e minha área era um pouco mais larga. O caminhão está tampando a passagem onde vendíamos os jornais. Enfim, continua sendo aí o que era a minha alegria dos domingos.
Quando cansava, sentava no café da esquina. Tomava um chocolate quente e ouvia os imigrantes portugueses discutirem sobre a última rodada do futebol europeu. Todos bigodudos.
Mas o melhor dessa história toda era as amizades que ali fizemos. Amigos de feira, obviamente. Trocávamos Jornais pelos produtos das barracas (quando os proprietários aceitavam) e tinha domingo que voltávamos para casa com a feira toda feita.
Tinha feirante que trocava jornal por um quiche de queijo, outro trocava por torta de chocolate, outro por frutas e legumes e tinha o americano hippie que trocava por Muffins (receita própria e secreta, segundo ele). Ainda lembro do cheiro da torta de cebola na chapa, dos legumes frescos e das geléias de morango.
Esse blog está meio largado, mas a minha vontade de compartilhar isso com alguém foi muito grande.
Ontem mesmo mandei um e-mail para o meu pai, avisando sobre a descoberta:
"Pai, vê se você reconhece esse lugar no Street View do Google Maps.
Uma dica:
um jornal por um quiche."
Ele obviamente conferiu e me respondeu:
"Putz, que saudade!
Um jornal por um monte de coisa: chocolate quente, pão, frutas
putz, como existem experiências extraordinárias que dinheiro nenhum
pode comprar...
Nunca imaginei que poderia morrer de vontade de ter que acordar domingo,
às seis da manhã, um frio brutal e ter que ficar de pé naquela feira.
Tudo era legal, inclusive as moedinhas sendo trocadas pelos jornais.
Grandes momentos... estão vivos na memória.
Certamente logo vamos voltar lá para tomar uma taça de vinho
naquele bar da esquina e comprar aqueles produtos maravilhosos.
Se tiver alguém vendendo jornal vou comprar 10, e distribuir entre os
amigos.
Valeu."
O Marché du Raspail será uma parada obrigatória quando puder voltar à Paris. Espero encontrar o mesmo americano louco, os franceses da torta de cebola, os mesmo portugueses preguiçosos e quem sabe, alguém ocupando o posto que (orgulhosamente) já foi meu.
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